Repercutiram no cenário internacional nessa semana as declarações à imprensa brasileira do embaixador da União Européia no Brasil, Ignácio Ybanêz, o qual afirmou que o bloco será “flexível” em relação à negociação com o Mercosul. Segundo ele, as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à carta adicional não serão um empecilho para a parceria. Lula é o atual líder do bloco latinoamericano.
“Nós vamos ser flexíveis. Para nós, o acordo é muito mais importante do que as compras públicas, detalhes que podem se fechar ao final da negociação”, disse o embaixador em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo. Segundo a visão de Ybanez,” o acordo é uma aposta mirando para o futuro e pensamos que as duas partes ganham. Se não ganhamos em tudo, já buscaremos uma certa compensação olhando para a frente “.
O governo do presidente Lula rejeita a ideia de ampla abertura do mercado de compras governamentais para os europeus. A proposta havia sido feita em 2019 pela equipe do então presidente Jair Bolsonaro (PL). O Mercosul e a UE fecharam um pré-acordo, mas as negociações foram suspensas devido à pandemia.
O embaixador da União Européia, por sua vez, considera compreensível que o presidente Lula queira reavaliar os acordos assinados em outras gestões. “Se chegam propostas no âmbito das compras públicas é uma coisa que não estava pensada na declaração de 2020. Isso não quer dizer que não vamos aceitar, pois não sabemos o que vão pedir. Pode ser que as coisas que os países do Mercosul peçam sejam boas e possamos aceitar”, declarou Ybanez.
O representante da União Européia avalia que as alterações não travarão o acordo de livre comércio entre os dois blocos.
*Foto: Reprodução : Freepik ( Com informações do jornal O Estado de São Paulo e site Poder 360).