Repercutindo entre os meios econômicos e do setor de energia dos países do Mercosul o recente impasse diplomático entre os dois sócios da Usina Hidrelétrica Itaipu Binacional, Brasil e Paraguai, pelo valor da tarifa. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ameaça rescindir o acordo que obriga o Brasil a comprar a energia elétrica que deixa de ser consumida pelos paraguaios.
O impasse iniciou com a visita do presidente do Paraguai, Santiago Peña ao Brasil na semana passada, quando pegou Lula de surpresa ao defender aumento na tarifa de energia elétrica. A partir de então, esse impasse passou a ser tratado nos bastidores, como uma crise diplomática em ascensão. Oficialmente, o Itamaraty nega a crise, mesmo após virem à tona relatos sobre o descontentamento do presidente Lula (PT) com sua equipe para tratar do assunto.
O fato é que consta nos meios diplomáticos que, até agora, nenhum dos países estaria disposto a ceder. O Paraguai insiste em cobrar mais do Brasil pelo excedente de energia produzido no país vizinho – sob ameaça de comercializar com o país que pagar mais. No Brasil, durante as cinco décadas em que durou o acordo inicial (Tratado de Itaipu) alardeou-se a ideia de que, após quitada a dívida para construção da hidrelétrica, a tarifa de energia seria mais barata.
O ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, disse que há “diálogo diplomático” entre os parceiros para se chegar a um consenso, mas sugeriu que o Brasil pode ser rigoroso nas tratativas. O chanceler paraguaio, Rubén Ramíres Lezcano, seguiu no mesmo caminho e disse que as discussões estão avançando e que novas reuniões serão realizadas entre as equipes governamentais – na qual espera-se que o Brasil dê uma resposta à proposta paraguaia.
O presidente Lula também cogita ir ao país vizinho para uma nova reunião com o presidente do Paraguai, Santiago Peña. Mas ainda não há data anunciada para a viagem nem para o encontro agendado entre as equipes governamentais.
O valor da tarifa, chamado Cuse (Custo Unitário dos Serviços de Eletricidade), caiu de US$ 20,23/kW para US$ 16,71/kW, em abril do ano passado —este é o montante defendido pelo Brasil. Peña, que assumiu o poder em agosto, defendeu aumento entre US$ 20/kW e US$ 22/kW. O temor do governo brasileiro é o de que possa haver um aumento da energia nas regiões brasileiras com a proposta do Paraguai.
( Com informações dos jornais Gazeta do Povo e Uol Noticias).
* Comunicação – Janeiro 2024* Foto: Reprodução Wikipedia