O Brasil voltou a dialogar com o Canadá para reabrir as negociações em torno de um acordo de livre comércio entre o país norte-americano e o Mercosul. As tratativas estavam paralisadas desde 2021, mas ganharam novo fôlego com a aproximação diplomática deste ano.
Segundo a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, as conversas têm avançado em tom “construtivo” e já há uma data marcada para reforçar o diálogo: no próximo 25 de agosto, o ministro canadense do Comércio Internacional, Maninder Sidhu, desembarcará em Brasília para discutir os rumos da parceria.
A expectativa é que as negociações formais sejam retomadas entre o fim de setembro e o início de outubro, abrindo caminho para um possível acordo que pode ampliar a integração econômica entre o Canadá e os países do Mercosul — Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Comércio em alta
Os números recentes dão força à retomada. Em 2024, o comércio bilateral entre Brasil e Canadá movimentou US$ 9,1 bilhões, com um saldo positivo de US$ 3,5 bilhões para o Brasil.
O governo brasileiro vê no acordo uma oportunidade de diversificar mercados e consolidar o Mercosul como ator relevante no comércio global. Já para o Canadá, a aproximação é estratégica: além de fortalecer laços com a América do Sul, o país busca reduzir a dependência econômica dos Estados Unidos.
Lula e a agenda internacional
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia defendido, em abril deste ano, a importância de avançar com o acordo, considerando-o uma peça importante dentro da política externa brasileira, que busca maior abertura comercial e ampliação de parcerias. Ao mesmo tempo, o Mercosul mantém discussões com outros blocos, como a União Europeia, o que reforça a estratégia multilateral do Brasil no cenário internacional.
Próximos passos
Com a visita de Sidhu a Brasília e o cronograma para a retomada das conversas, diplomatas e analistas acreditam que o acordo com o Canadá pode voltar à pauta prioritária do bloco, especialmente em um momento de reconfiguração das cadeias globais de comércio. Se concretizado, o tratado pode abrir espaço para maior fluxo de investimentos, reduzir tarifas e fortalecer a competitividade de setores estratégicos nos dois países.
• Agosto 2025










