Mercosul planeja acordos comerciais com países da América Central

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Integrantes do Mercosul estudam acordos comerciais com Panamá, República Dominicana e El Salvador. De acordo com fontes do Itamaraty, o bloco já faz estudos para analisar a viabilidade de integração com os países da América Central.

A intenção é anunciar ao menos um dos acordos na próxima Cúpula do Mercosul, em 2025. As negociações mais avançadas são com Panamá e República Dominicana.

Panamá é um dos maiores entusiastas, de acordo com fontes da diplomacia brasileira. O país, inclusive, já manifestou formalmente neste ano o interesse de participar do bloco como membro associado.

República Dominicana também desperta interesse para acordo de livre comércio devido ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) que o país apresentou nos últimos anos.

El Salvador também está em diálogo com o bloco. O país é liderado por Nayib Bukele, reeleito em fevereiro de 2024 com mais de 80% dos votos. O presidente salvadorenho já se declarou o “ditador mais legal do mundo”.

Bukele conseguiu popularidade ao diminuir os índices de violência no país, mas é denunciado por entidades de direitos humanos por uma política de tolerância zero, com a suspensão de direitos civis que permitiu o encarceramento em massa no país.

Entretanto, El Salvador enfrenta desafios econômicos, com mais de 25% da população vivendo na pobreza. A dívida pública também escalou para cerca de 84% do PIB no governo de Bukele.
Fontes afirmam que o Brasil defende canais de diálogo e não se opõe a manter conversas com o governo direitista. O presidente de El Salvador é próximo ao governo de Javier Milei, da Argentina.

ACORDO COM A CHINA – Durante o mês de setembro último também foram retomados os debates em torno do aprofundamento de um possível acordo de livre comércio entre o Mercosul e a China. O Uruguai, que assumiu em julho a presidência pro tempore do Mercosul, é entusiasta de um tratado de livre comércio com os chineses. Altos representantes do bloco sul-americano e da China retomaram recentemente conversas com o objetivo de aprofundar a relação.

O possível acordo , porém, enfrenta resistências do setor industrial brasileiro. Ao mesmo tempo que estudos indicam que seria benéfico para aumentar io PIB do agronegócio , o acordo poderia prejudicar a maior parte da industria nacional. Lideranças industriais que fazem parte do grupo Coalizão Indústria expressaram preocupação com movimentos em direção a uma negociação pelo acordo de livre comércio entre Mercosul e China.

Segundo os presidentes de entidades que representam diversos setores industriais, o setor já enfrenta uma “invasão chinesa” que coloca em risco investimentos previstos da ordem de R$ 825,8 bilhões.
O marco da retomada destas discussões iniciais que já duram cerca de 10 anos, aconteceu no dia 11 de setembro, em Brasília , quando foi lançado o documento- estudo “Investimentos, cadeias de valor e competitividade: a China e o Mercosul”, que avalia os impactos, riscos e potencialidades de um acordo entre o Mercosul e a China, realizado pelo Conselho Empresarial Brasil-China e com patrocínio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). – ( Com informações da CNN Brasil ) .

Foto –ilustração \ Divulgação Mercosul
Outubro – 2024

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