Consequência do La Niña, a falta de chuvas nas regiões agrícolas vem devastando a produção de soja nos países do Mercosul, aponta a TF Consultoria Agroeconômica. O segundo ano consecutivo de influência desse fenômeno climático afetou fortemente a produção com uma queda significativa nos rendimentos.
De acordo com o consultor agrícola argentino Pablo Andreani, diretor da Agripac, as perdas totais da soja chegam a 19 milhões de toneladas se comparadas às estimativas de novembro e dezembro, onde o resultado passou de 204 milhões para 185 milhões de toneladas.
“Nos últimos dois meses o preço da oleaginosa acumulou fortes altas. A posição da soja em março teve um aumento de 60 dólares por tonelada, sendo agora negociada a 507 dólares contra 447 dólares no início de novembro”, apontou ele em coluna no jornal La Voz de Argentina.
Ao mesmo tempo, Andreani afirma que o farelo de soja acumulou uma melhora de 67 dólares por tonelada, equivalente a 20%, com um preço de 407 dólares por tonelada, contra 340 dólares em novembro. Em relação à produção de soja dos países sul-americanos na safra 2020/21, de 195 milhões de toneladas, ele disse que as perdas da safra atual somam 10 milhões de toneladas.
Ele explicou que os estados do Sul do Brasil (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) foram os mais afetados e respondem por 90% das perdas do país: “A produção de soja já perdeu 11 milhões de toneladas só por causa do efeito da seca nos últimos 60 dias”, disse ele com base em relatórios elaborados por consultores privados no Brasil.
De acordo com Andreani, as lavouras de soja no Paraguai e nos estados do sul do Brasil estão 60 dias à frente das lavouras de outros países. Isso determina que “a colheita nas áreas afetadas pela seca está prevista para o início de fevereiro e por isso o prejuízo é muito grande, maior e irreversível”.